Semanas atrás a minha amiga e companheira de SuperNova Alissandra Rocha me emprestou uma edição especial do “Caderno 2” do jornal O Estado de São Paulo publicada em 1995. Esta edição era totalmente dedicada à dramaturgia. Alguns encenadores, críticos e dramaturgos versavam sobre o papel da dramaturgia no teatro de hoje, no caso o de 1995.
Qual o papel da dramaturgia no teatro atual?
De 1995 para cá o panorama continua o mesmo, teatro de diretor e algum teatro de ator. Nada de significativo surgiu em dramaturgia. E não estou falando em inovação, estou falando de qualidade e consistência.
Em 2003/2004 surge a Cia. Dos Dramaturgos, grupo focado fundamentalmente em dramaturgia. É um primeiro passo. Em 2005 surge o SuperNova Coletivo de Dramaturgos, coletivo este criado principalmente para o estudo dramaturgico. É um segundo passo.
A dramaturgia reage?
Foram apenas dois passos. Qualquer coisa dita sobre os mesmos seria apenas especulação.
O que ficou claro, pelo menos para o SuperNova, é que a batalha é dura. Culturalmente está enraizado o teatro de diretor, de ator... Um teatro sem dramaturgo. Aliás, a proposta não é um teatro de dramaturgo, que fique claro, mas sim um teatro “com” dramaturgo.
Dois passos em uma caminhada de quilômetros representam o quê?
Onde se formam os dramaturgos? Qual é a escola especializada? Qual atenção é dada à dramaturgia nos cursos superiores de artes cênicas? Quantos novos autores teatrais têm conhecimento técnico de dramaturgia? Qual o papel da dramaturgia num teatro sem dramaturgos?
Dois passos foram dados. Significa que não estamos mais parados.