02 abril, 2006
Nesta primeira fase do Projeto Colheita, estou desenvolvendo dois papéis: Diretora e Produtora. Funções que aos olhos de muitos são exatamente a mesma coisa; de outros tantos, esses dois seres são totalmente antagônicos: O Diretor é o rato e o Produtor é o gato.

Antes de me embrenhar nesta segunda função, a de Produtora, eu também tinha uma visão equivocada da real necessidade de um Produtor num espetáculo. Entendia que o Diretor, responsável pela concepção estética, pelo processo de aprofundamento do texto, pelo desenvolvimento de uma visão global do espetáculo, era em si o responsável também por botar a peça em cartaz, por conseguir a realização total do espetáculo.
Hoje entendo que se o Diretor se coloca como o “manda-chuva” do processo de viabilização do espetáculo, teremos algo muito comum hoje em dia no Brasil: Diretor que não dirige, e Produtor que não produz.
O que ocorre neste caso é que o Diretor se sente sufocado pelo ritmo frenético de elaboração de projeto para patrocinadores, leis de fomento, fechamento de espaços para apresentações, venda de espetáculo, etc, coisa que o Diretor realmente não deve se preocupar. E os produtores por sua vez, não tendo respostas práticas e precisas dos Diretores sobre cenário, figurino, iluminação, enfim, a visão estética em si, ficam de mãos atadas e acabam vendendo um espetáculo que nem eles, os produtores, sabem do que realmente se trata.

Aí está o embrólho!

Não somos tão antagônicos assim, mas também somos seres distintos apenas por nossas funções distintas, por isso não há motivo para perseguição, muito menos tempo suficiente para brincarmos de mocinho e bandido. Diretores e Produtores da Brasil, UNI-VOS!
 
posted by Alissandra Rocha at 09:33 |